à volta das coisas

tenho medo das linhas
à volta das coisas

linhas de luas lentas
ao longe mas à lupa
ondas rápidas que escurecem
com falta de probabilidade

não existem

linhas quadradas de xadrez
penduradas no Anjo
e desfeitas em renda pela noite
à espera do tempo

entre a laranja e o resto do mundo

tenho medo que não existam
as linhas à volta do meu corpo

Emilly 632

porta, mais que parede,
siga-se a mais velha
que a outra continha
e tu de lado
a dobra
o som que se adivinha
ah a asa

ai cai caím

dada a mão de semear
trocaram-ta pelo pé
cilada limpa em segunda mão



a mão caída
a língua erecta aberta
o riso magro da hiena