tenho medo das linhas
à volta das coisas
linhas de luas lentas
ao longe mas à lupa
ondas rápidas que escurecem
com falta de probabilidade
não existem
linhas quadradas de xadrez
penduradas no Anjo
e desfeitas em renda pela noite
à espera do tempo
entre a laranja e o resto do mundo
tenho medo que não existam
as linhas à volta do meu corpo