há bichos na rua
de pulsar azul
o pulso
entra pelos olhos
e pendura-os pela nuca
concentrados
pousam o centro no chão
e contam pedras
com os dedos dos pés
em cuidada vertical
pilhas de pedras
por baixo dos dedos
para aliviar a nuca
sopram canudos de pulsos
quase oblíquos
em canetas demasiado estreitas
não chegam não sabem do pulsar
e há entre eles
um liquido espesso azul
muito próximo ao pulsar
que adivinham pelos ouvidos
o liquido é horizontal
e quando os enrola por dentro
entre pulsos e pedras
há bichos a dançar