Desta vez nem olhou para mim
dançava na roda
e o pescoço marcava o transe
havia Índios à volta
em sons de línguas verdes
nus da pele dela
e havia outros
autistas gelados
em danças de caça
sem pele
uma mão estava fria e a outra era inutilmente quente
e rodavam
à volta de quê - consegues ver
e lambia a mão fria
pelo fumo via-lhe os olhos
algas penduradas que arrastavam
o peso de toda a água do mundo
são iguais - dizia pelos dedos
Índios de gelo
e outros de magma que escorre
sempre envergonhado
queria avisá-la devagar
que era a luz de uma só perna
e milhões de braços dados
e o frio de dedos
não mortos mas de medos
sabia de hoje
de algas leves virtuais
e amores a monitores
gelados
e ouvia entre tambores
- nunca houve outros
No comments:
Post a Comment