Prevista a inclinação
o som da aterragem
na arte de não voar:
o código
a prolongar o abrir de todos os olhos
enrolado à sua curvatura
sem nunca lhes tocar
(em pauta
antes de se tornar liquida
a música)
repete este encantamento
enquanto os olhos não se lembram
e reinicia
sempre que isso acontece
a cada ciclo repetido
abandonada a humaníssima gente
a uma só escala
entre uma estrela
e o constelar da ideia dela
de infinito na boca
para enfrentar os deuses
a arte de não voar
também a arte de fascínio
(de pavão)
não ansiaríamos uma eternidade vazia
se ela não se pavoneasse tanto à nossa frente:
Retirei então o som ao mundo devagar
coloquei a terra um pouco mais à direita
(em girassol
antes de se querer virar)
no silencio que antecede
movimentos futuros
alguns ciclos cansados
desenrolaram-se ao sol
e o ritmo duplo
em sinal:
dois corações a bater no mesmo corpo
apenas aí
a chamada
sem aviso sem som
a um voo previsto sem mim
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