Cresce um vento na estrada
em dia de trânsito
que vai convencendo em brisa um olhar 
trocando direcção por escala mínima 


deitamo-nos com esse vento fino devagar
lembrando as árvores e a vergonha da cadência exata 
com que as fizeram nascer
adormecemos em ramos lentos 
abandonando o galope das grandes carruagens
(e talvez sejam só dois
tu e a morte na carruagem 
que a eternidade não se prende com detalhes tão pequenos
ou períodos de dor revisitados)

acenar ao trânsito do grande galope
é tão válido como a rota não parar 
depois de flores terem sido excessivamente abertas  

um pedaço de natureza milenar 
cresce-nos à solta no cérebro
sem cavalo, a soma do convite ao universo 
e do silêncio na resposta

ou em cio de luz 
um olhar de rapina teu e 
e de todos os bichos em simultâneo a uma estrela
até que ela se desvie 


2 comments:

João A. Quadrado said...


[como se o corpo distante

um instante
devagar.]

um imenso abraço,

Lb

Joana Espain said...

Abraço! Obrigada.