talvez os polegares não desviem as águas
dobradas pelas raízes 
em conversas a fio
pensava nela a regressar das raízes pelas mãos
de como se lembra de toda a água que já foi
e se ouve ainda o fechar da maré 
em cada rotação dos seus olhos
ouvia repetidamente
divide a luz se te atreves
e talvez aí a sombra
cada célula 
grávida de um segredo:
não espero da água 
o que espero de mim
que no código de vez em quando 
tenha sobrado um verso:
pode levar-se uma pergunta ao infinito
ou dar-lhe um beijo

4 comments:

João A. Quadrado said...

[tantas as possibilidades do mundo,

quando se faz voz o poema,
o caminho, nunca derradeiro, corpo inteiro
de letra a letra, a palavra.]

um abraço,

Leonardo B.

Joana Espain said...

Obrigada e um abraço!

Gavine Rubro said...

que sobrem os códigos, os partos das células do sentimento, onde a forma do poema nasce.

Parabéns, conterrânea.

Abraço,
Voltarei, não conhecia e inspira,

Gavine Rubro
http://psico-soma.blogspot.com/

Joana Espain said...

Obrigada pela visita que retribuirei.